Gerúndio en portugués

Meu Meu

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Teniendo en cuenta que en portugués no existe el presente continuo, me gustaría saber si existe el gerundio y si se utiliza comúnmente. Gracias.
 
  • Hola Meu Meu ¡Bienvenido al foro! :)
    ...en portugués no existe el presente continuo...
    De hecho el presente continuo existe en portugués, pero no se llama así. Que yo sepa, no tiene denominación específica. El gerundio (en portugués, "gerúndio", antiguo "particípio presente") existe igual que en castellano. Para construirlo, con verbos regulares, se debe sacar la "r" final y añadir "ndo", por ejemplo, subir - subindo

    En cuanto al uso, es muy común en Brasil pero no en Portugal (sospecho que también en África, pero no estoy seguro)
    Fulano está comendo agora (Brasil)
    Fulano está a comer agora (Portugal)
    Saludos
     
    Last edited:
    Fulano está comendo agora (Brasil)
    Fulano está a comer agora (Portugal)
    :thumbsup:
    Obrigado por mostrar a conjugação perifrástica:
    "Ando estudando português" = "Ando a estudar português"

    Por outro lado temos que o gerúndio simples é de carácter imperfectivo e indica acções a decorrer.
    Usa-se para:
    -Substituir uma oração coordenada:
    "Assaltaram a casa e levaram todos os valores" = "Assaltaram a casa, levando todos os valores"
    -Exprimir uma circunstância de tempo:
    "Quando viu o carro, parou" = "Vendo o carro, parou"
    -Indicar o modo:
    "Ela ouvia com lágrimas nos olhos o relato do acidente" = "Ela ouvia, chorando, o relato do acidente"

    Realização gradual: ir + gerúndio:
    "Vai chamando o táxi que eu já desço"

    O gerúndio composto é de carácter perfectivo e indica acções terminadas:
    "Tendo dito tudo o que tinha que dizer, foi-se embora sem mais demora"
    Tirado de Gramática Activa de Coimbra e Leite e Gramática Contemporânea de Cunha e Cintra.
    Cumprimentos!
    TT. :)
     
    Olá,

    tenho visto no português brasileiro, com certa frequência, a construção estar a + infinitivo para expressar o gerúndio:

    Será que existe alguma dica orientadora a respeito dos casos específicos em que essa construção - tipicamente europeia - é empregada no Brasil?

    pkogan
     
    @pkogan Essa estrutura pode ser utilizada por brasileiros como um recurso estilístico, mas é curioso que a veja com frequência. Os suntuosos exemplos a seguir foram produzidos por ministros do STF:

    Senhoras e senhores, já se faz longo o caminho que estou a percorrer na magistratura, sempre com o coração sereno.

    https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/discursopossemRosa1.pdf
    Com essas ponderações, não estou a defender a impossibilidade de adequação da base de cálculo do ISS para dela excluir o valor relativo à locação do bem móvel, quando passível de delimitação.

    https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/despacho871237/false
    Não estávamos a buscar diálogo com as partes envolvidas.

    https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=89367
    Era sobre isso que eu estava a refletir.
    [...]
    Estava aqui a me perguntar.

    https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=12866741
    Naquele momento, mal imaginávamos que estávamos a ingressar naquilo que o Professor Acemoglu, do MIT, denomina de “conjuntura crítica” [...]

    https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/...anexo/PlaquetadeAberturaAnoJudiciario2021.pdf
     
    Last edited:
    Obrigado Patriota!

    Eu vi essa construção, principalmente, no âmbito da literatura infantil e com o verbo Estar. Curiosamente, nos exemplos que você citou, também aparece sempre esse verbo. A partir disso, talvez poderíamos levantar alguma hipótese.
     
    Se quiser exemplos sem estar:

    Wanderley desempenhava um papel único entre nós: era fiador de nossa estrutura moral inabalável, sempre a usar a capa da humildade, da compreensão e da fraternidade.
    [...]
    Nossos trabalhos científicos foram objeto de muitas análises. Andamos a colaborar, grandemente, para os particulares dos valores mobiliários.

    https://www.tjrj.jus.br/documents/10136/1203412/homenagem-dr-wanderley-medeiros.pdf

    Nesse texto, escrito por um desembargador, "sempre a usar" equivale a "sempre usava/usando"; "andamos a colaborar", a "colaboramos".

    Como eu disse, é um recurso estilístico. Pode deixar o texto formal, poético e colorido. Não há regra que o exija; muitos sequer o compreendem. Pesquisei materiais de juristas porque são falantes que dominam o nível mais culto do idioma e, portanto, estão predispostos a usar estruturas pomposas.
     
    Interessante...
    Digam-me, por favor, aqueles que estão por dentro das questões de avaliação escolar no Brasil;
    Um professor de português, de qualquer ano lectivo, "torceria o nariz" a este tipo de construção?
    Tentaria induzir o/a aluno/a a usar o mais comum no Brasil? (Algo que eu acharia normal).
     
    Mário Adélio, posso dizer que a maioria dos professores acharia muito esquisito, como também acho que o alunado comum nem sabe que pode usar essa estrutura. Observe que os exemplos usados para o Brasil são produções do alto escalão.
     
    Na literatura há uma construção similar que aparece com bastante frequência: "passou o dia a falar com as paredes" e similares. Não creio que cause muita estranheza, diferente dos exemplos dados pelo patriota que me cheiram a lusismo propositadamente importado (com estar). Um preciosismo, já que o infinitivo gerundivo não existe no Brasil como existe em Portugal, onde só se estabeleceu no século XX e, ao contrário do que pensa a maioria dos brasileiros, não é unânime em todo o país luso.
    Quando eu estava no último ano do ensino médio, tivemos de fazer uma peça teatral de época sobre a independência do Brasil. O contexto histórico era o do fim do século XVIII e os meus colegas acharam por bem que as personagens portuguesas dissessem "estou a ver…", "estou a falar" porque naturalmente julgaram que essa era uma forma antiga que provavelmente tenha caído em desuso no Brasil, o que não é verdade. À época nem os portugueses falavam assim. Parece-me qu'uma novela da Globo recentemente cometeu a mesma gafe com o anacronismo linguístico.
    O que quero com esse exemplo dizer é que esse uso que tem feito o STF parece ser um preciosismo ingênuo: alguém no meio deve ter pensado que tenha sido forma vernácula no Brasil em alguma época e passou a utilizá-la. Devem tê-la achado chique, vintage… De maneira geral, no imaginário popular, o português europeu sempre será o mais correto e terá prestígio (vejam-se as nossas gramáticas)... Razão pela qual eu não duvido nada que isso possa se popularizar por lá, a começar pelo juridiquês.
     
    Last edited:
    Opinião de um leigo, aqui: penso que ao usar a forma verbal, no infinitivo, os doutos ministros quiseram colocar em evidência, como ênfase, o verbo da ação.
     
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