o amor na verdade é a coisa mais rara

Löwenfrau

Senior Member
Brazilian Portuguese
Bom dia!
Minha dúvida é se a expressão "na verdade" em frases como esta deve necessariamente ficar entre vírgulas. É que às vezes gosto mais, estilisticamente falando, de não usar as vírgulas, mas alguém me questionou e fiquei em dúvida.
Obrigada desde já.
 
  • Na minha opinião, deve ficar entre vírgulas. É como uma interrupção no raciocínio para introduzir algo enfático, uma confirmação do que foi dito.
    Não é o mesmo que dizer: "O amor verdadeiro é..."; "O amor de verdade é...".
     
    Na minha opinião, deve ficar entre vírgulas. É como uma interrupção no raciocínio para introduzir algo enfático, uma confirmação do que foi dito.
    Não é o mesmo que dizer: "O amor verdadeiro é..."; "O amor de verdade é...".
    Pois então, é da interrupção que não gosto, a não ser que seja absolutamente necessária para a corretude do português. Gosto da fluidez sem as vírgulas. A introdução das vírgulas dá um tom muito retórico à frase... Então a dúvida é se é absolutamente necessário, se está errado sem as vírgulas.
     
    Pois então, é da interrupção que não gosto, a não ser que seja absolutamente necessária para a corretude do português. Gosto da fluidez sem as vírgulas. A introdução das vírgulas dá um tom muito retórico à frase... Então a dúvida é se é absolutamente necessário, se está errado sem as vírgulas.
    O melhor é mesmo excluir essa parte, até porque não altera o sentido, apenas dá ênfase.
    Como disse, segundo a minha opinião, não fica bem -para não dizer correcto- o não uso das vírgulas.
    Este tipo de palavras ou conjunto de palavras pode enriquecer um texto ou torná-lo exagerado, isso depende sempre do género de texto de que estamos a falar.
     
    "É verdade que o amor é coisa rara..." ?
    Todo mundo tem direito a uma ou outra esquisitice (ou mais) e duas das minhas são fugir de adjetivos e vírgulas. Depois que eu acabo de escrever tenho que voltar e colocar aquelas necessárias que meu cacoete me fez pular (e tirar aqueles que escaparam do meu filtro). Nesse caso do ", na verdade," eu colocaria as vírgulas. O estilo não pode criar a oportunidade de que o leitor leia as coisas ao pé da letra e entenda mal. Remember Murphy: se algo pode ser lido do jeito errado, alguém um dia lerá.
    Mas estamos tão acostumados com "em verdade vos digo", "na vera", falar "na boa", cobrar "na moral", fazer algo "no amor", "em boa fé" (os cariocas dizem "vira na Suburbana e vai na fé até a linha do trem"), que acabamos entendendo esse "em" como indicativo de âmbito ou contexto: o amor, se nos ativermos à verdade, é coisa rara.
    E eu não consegui deixar de colocar as vírgulas. Talvez o verbo copulativo não aceite modulação assim tão sem cerimônia, "na cara dura". Se uma coisa é igual a outra, então uma coisa é igual a outra. O que se coloque no meio da noção de igualdade já nasce como destaque, exceção, restrição.
     
    Eu poria as vírgulas porque para mim fica melhor com elas, embora não tenha quase nada contra a frase livre e desimpedida. Se formos falar do rigor gramatical, porém, creio que a vírgula seja necessária. Noutra ordem eu escreveria "na verdade, o amor é a coisa mais rara" intuitivamente para evitar a ambiguidade que o Ari aponta acima, mas também porque a língua tende a separar locuções adverbiais e quejandos com a vírgula.
     
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