Usar o pois sim como anuência, embora, se o diz, não duvide que seja utilizado, não me parece muito comum. Sinceramente não me lembro de o ter ouvido. Geralmente se uma concordância começar com "pois", o que vem a seguir é o verbo.
Exemplo:
- Mas viste o jogo, certo?
- Pois vi. (o mais certo era responder-se apenas "Vi" ou "Sim". O "pois" foi apenas para demonstrar a situação explicada acima).
A situação de anuência a que me estava a referir, que realmente não é muito comum, é a de alguém que, por exemplo, admite depois de alguma insistência e com relutância que fez (ou disse, ou escreveu, etc.) alguma coisa.
'- Vá lá, confessa, fizeste isto?'
'- Pois sim, fiz.'
Neste caso, também poderia responder '
Pois fiz!', mas o mais certo é que então estivesse implícita uma atitude desafiante, de fazer finca-pé, de afirmação da justeza do que se fez. Obviamente, isto pode não ser verdade noutros contextos.
Ou então, também anuindo, mas com um tom de condescendência:
'- Vamos ao cinema?'
'- Pois sim, vamos.'
Mas fez bem em fazer em suscitar a questão porque efectivamente, nos casos de anuência pura, esse
'Pois sim' quase nunca vem só, costuma seguir-se-lhe o verbo que reforça a confirmação. Já nos casos em que está implícita a condescendência, o verbo pode vir ou não. Por outro lado, pensando melhor, fico a interrogar-me se não se trata de uma maneira de falar já datada. É verdade que também eu próprio não tenho ouvido muito essa construção ultimamente.